ARTISTAS
Bem-vindos à sessão dos artistas!
Muita arte e cultura por aqui. Muitos cantores, poetas, desenhistas e entre outros.
Poucos sabem ou reconhecem, mas temos diversos artistas aqui no nosso território. Queremos mostrar o potencial que eles tem e valorizá-los por todo esforço e desempenho. Inclusive muitos dos nossos artistas, são os nossos ex-alunos que expressam a sua arte de diversas formas.
Solta o 'play' e vem descobrir os nossos talentos.
Vitor Hugo, em 20 anos e é aluno do Jovem com Futuro. Ele é artista do Canta Galo, cantor de funk e trap. Começou em 2016 a compor poesia e hoje sonha em estourar pelo Brasil.
Fizemos uma entrevista com ele e é possível acompanhá-la clicando aqui.
Thiago-Guma é idealizador, organizador e Mestre de Cerimônia do projeto @redutodorap; também é técnico de som, educador e articulador cultural no PAC.
Marciel, 20 anos de idade, cantor e compositor de funk há 6 anos, nascido na vila Zatt. Com 10 anos de idade começou a cantar e compor suas músicas. O que mais inspira ele a cantar é a sociedade onde vivemos, o cotidiano que enfrentamos. Atualmente toca na Amaravati.
COMUNIDADE DE ESPERANÇA
Dayana Alves (2022-2° sem) é aluna do Educamente e também poetisa que ama escrever sobre a vida e como se deve administrar com amor e carinho, através dos seus poemas tem o objetivo de passar ao leitor a esperança de haver um mundo melhor e mais colorido. O poema acima, ela escreveu específicamente para o nosso projeto.
Saimon Delmondes (2022-2° sem), aluno do Educamente, escreve músicas há 2 anos, faz trap, rap e funk. Fez essa música para mostrar um pouco do Canta Galo, pois as pessoas acham que o Canto Galo é só crimes e drogas. Aqui tem mais do que isso, vários talentos e informações.
(Poema sem título)
Me olhei no espelho e me vi refém sem ninguém, sem entender
Eu e o silêncio e a solidão que chega a doer meu coração
Me olhei hoje novamente e sorri e percebi que fico bem sorrindo
Me olhei e vi cores que nunca tinha visto antes
Será que elas serão constantes?
Ele me olhou e não chorou
Então porque eu choro?
Será que para sempre vou me odiar?
Odiar porque não sei dizer mas não é normal a ponto de querer
desaparecer...
Sonhei com o paraíso e encontrei no seu sorriso
o jeito que suas piadas me fazem dar muitas risadas
Por que eu te amo? Amo? Pois é
Nunca acreditei nisso, mané
e você me pergunta porque eu te escolhi não escolhi
eu simplesmente sorri, e você me mostrou o seu coração e
posso dizer "que coração!'
eu amo, sangue do meu sangue, meu irmão, meu parceiro
meu conse... meu confidente, meu vidente...
kkk
Encontrei um lar um lugar aonde existe amor, carinho mas muita dor
me encontrei me achei me consertei, fiz uma amiga? 3 pois é
Boto fé que vamos ser amigas na dificuldade e na diversidade.
Escrito por Caroline.
A poesia a seguir foi escrita por Caroline Araújo (2021-2º sem). Carol escreve poemas profundos e complexos que de uma forma ou outra faz com que nos identifiquemos com as imagens e sensações ali trazidas.
O monstro
A linda criança dos cabelos lisos escorridos
chora no canto mais escuro da floresta manchando a linda pintura
que colore seu rosto
enquanto ouve a apavorante historia que lhe conta a lua
a apavorante historia do grande monstro que mora fora da mata.
O grande monstro
que habita aonde a pequena indígena não pode ir
o monstro que come toda a sua terra que adoece os rios, suja sua alma
o monstro de dentes que parecem frageis folhas verdes com desenhos de velhos brancos
que destroem tudo pela frente.
O monstro
ele tinha duas peles
uma delas era branca como as nuvens e a segunda era escura
era a pele das ovelhas que eles devoravam sem controle e sem piedade
não deixando nem os ossos para a terra tudo ao seu redor
e esse monstro comia pessoas também devorava-as completamente
sugava toda a sua vitalidade leva tudo embora atrás de mais e mais dentes
para devorar mais e mais e mais.
A criança chorava intensamente em desespero
pedia para a lua que a protegesse
e que pudesse tirar o monstro de sua casa
e a lua apenas sorriu e disse:
"Descanse com calma minha filha,
a terra te sente ao lado dela,
as montanhas te olham lá do alto
nós te sentimos meu amor,
ele não pode te pegar".
E a criança descansou
enquanto o monstro
com um rosto tão humano quanto o dela
mais tão irreal e inimaginável
continuava a devorar.
Escrito por Julia Almeida
A poesia a seguir foi escrita por Julia Almeida (2021-2º sem), aluna do Jovens com Futuro para o seminário de português sobre o livro "Ideias para adiar o fim do mundo" do escritor indígena Ailton Krenak.
O poema abaixo foi produzido pela aluna Geovanna Soares (2021-2º sem), especialmente para este projeto, contando sobre o Canta Galo. O poema foi baseado também na história da criança que foi baleada após ter um saco de pipoca confundido com uma arma.
(Poema sem título)
Um lugar marcado pela inocência de uma criança até a maldade das drogas. Crianças brincando, o senhor e sua feirinha, a moça do churrasco e sua linda menininha, nem um deles tem culpa de tanto descaso misturado com o cheiro da maconha e o movimento do tráfico. 30 anos de história para contar, a se a praça pudesse falar, alguns dias ruins mas dias bons.
Como o dia das crianças, todo dia 12 de outubro é momento de alegria. José Borges o nome da praça que é o ponto de referência, também da vida que mora aqui.
CANTA GALO - RYUK
E é no Cantagalo as bitch já joga pro pai, se envolver sério com elas jamais, tipo Vida Loka, quebrada tá pampa, praça Trap House tipo em Atlanta. E aqui morador vive na dificuldade e mesmo assim nunca perde a humildade Vive nessa block enfrentando o descaso, o menó da pipoca levou tiro por acaso? Não sei, talvez a polícia saiba. Acho que ninguém viu nada, 'mas um saco de pipoca é mais perigoso do que a porra de uma arma'. Procedimento é assim na minha quebrada, se vacilar aqui é madeirada. Não derramo feiura nas palavras, quero mais água roxa importada.